Que papelão, “seu” Chávez!

por Graça Salgueiro | Midiasemmascara.org

18.11.05 | Quando tiranos comunistas começam a alardear que “o Império” está ameaçando invadir seus países ou assassinar seus grandes líderes, ponham as barbas de molho porque, mais dia menos dia a verdade aparece e todo o falatório fantasioso fica apenas como referencial, não de uma paranóia legítima mas de um enorme desejo de chamar atenção, de fazer-se mais importante do que realmente é. O ditador Fidel Castro levou toda a sua vida, pós-revolução, afirmando ter sofrido "600 atentados" (quase nunca comprovadas) à sua sacrossanta pessoa, além da invasão por parte dos Estados Unidos à Ilha.

Recentemente o proto-ditador da Venezuela, Hugo Chávez, inspirado por seu mentor Castro, de quem segue todas as ordens e cacoetes fielmente, resolveu alardear ao mundo de que havia “planos dos Estados Unidos para cometer um magnicídio e invadir a Venezuela”, e que seu serviço de inteligência lhe havia fornecido as provas de tamanha ousadia imperialista. Imediatamente os jornais, sobretudo do Brasil, que acreditam em tudo que sai das imaculadas bocas da dupla Castro & Chávez, noticiaram com grande espalhafato a “ameaça imperialista” mas, como sempre, não se deram ao trabalho de pesquisar em lugar nenhum se a tal denúncia procedia, limitando-se a repetir a mentira até que no imaginário popular restasse apenas e cada vez mais, o ódio a Bush e aos americanos como um todo.

Pois bem. Quando Chávez esteve em outubro nos Estados Unidos onde com vários outros chefes de Estado participou de uma Conferência da ONU, foi entrevistado pelo jornalista Ted Koppel, no programa “Nightline” da ABC News. Nessa entrevista voltou a afirmar que o Governo norte-americano tinha planos para “invadir seu país por causa do petróleo” e que ele estava de posse das “provas concretas” cujos documentos entregou ao jornalista. Chamava-se Operação Balboa.

Isto serviu de chacota na Venezuela e alguns opositores acostumados às fanfarronices chavistas resolveram fazer o que a mídia e seus aliados deveriam ter feito mas não fizeram: foram pesquisar na Internet se de fato existia tal plano e encontraram o seguinte: este é o documento básico no qual se apresenta o “Exercício Específico Planejamento Operacional BALBOA”, elaborado para o Segundo Curso de Estado Maior Conjunto das Forças Armadas da Espanha. Este documento, datado de 3 de março de 2001, é apresentado em formato pdf e traz o escudo e a logomarca da Escola Superior da Força Aérea Espanhola, cujo objetivo é simular uma situação de ataque a um país (neste caso há três hipotéticos países envolvidos na operação: país AZUL, país MARROM e país BRANCO). Nada mais é que uma espécie de “jogos patrióticos”, comuns em treinamento das Forças Armadas.

Em 14 de novembro passado, nosso correspondente venezuelano recebeu uma ligação telefônica do assistente do Sr. Ted Koppel que o informou ter recebido do Ministro de Informação e Comunicações da Venezuela os mapas e documentos citados e prometidos na tal entrevista. Este assistente pediu então que ele os examinasse para determinar se eram os mesmos que ele havia encontrado na Internet. Os documentos enviados pelo Ministro chavista eram os seguintes:

1 – Operação Balboa

2 – ANEX-A-2001

3 – ANEX-B-mapa-2001

4 – ANEX-C-INTEL-2001 (este documento leva, por sua vez, a um anexo que ele distinguiu como ANEX-B-mapa-2001).

5 – Quatro documentos distintos com os nomes ROE00_1.DOC, ROE00_2.DOC, ROE00_3.DOC e ROE00_4.DOC.

6 – CONOP BALBOA BRAVO

7 – Apresentação Diretriz 001S 2001.

O documento principal fornecido pela Venezuela sob o título Operação Balboa, é exatamente o mesmo que aparece no link citado acima. Este documento contém uma descrição ampla e detalhada de exercícios de simulação de operações aéreas realizadas pela Escola Superior da Força Aérea Espanhola, inclusive deixa claro tratar-se de situação fictícia, criada unicamente com o objetivo de treinamento e estudo de sua Força Aérea, vejam: “1. Finalidade didática – Este exercício tem como finalidade prática o desenvolvimento de operações aéreas em um teatro de operações especificado na Diretriz Inicial 001S/01” (pág 4) e 3. Desenvolvimento – a) Hipóteses Básicas – A elaboração do exercício apresenta uma situação fictícia, produto da avaliação de alguns acontecimentos imaginários embora pareçam adaptados a uma situação real” (pág. 4).

Além disso, o documento apresentado ao jornalista da ABC News contém até a falsa resolução 1580 do CSONN! Tão espertos mas não se deram conta de que copiavam uma resolução fictícia que dizia respeito a países imaginários...

As conclusões que se pode chegar, diante do papelão de bobo feito por “seu” Chávez e sua descerebrada equipe de Inteligência são as seguintes:

1 – Os documentos fornecidos ao Sr. Ted Koppel, pelo Ministro de Informação e Comunicações não contém, como já era esperado, nenhuma prova de que os Estados Unidos estejam preparando uma invasão à Venezuela;

2 – Esses documentos demonstram que o tal Plano Balboa que o presidente Chávez vinha denunciando como uma suposta operação de invasão à Venezuela por parte dos Estados Unidos, não era outra coisa que o Exercício de Simulação de uma operação militar, realizado pela Força Aérea Espanhola no ano de 2001;

3 – As provas utilizadas pelo patético Chávez são as mesmas que foram utilizadas como apoio didático para o exercício de simulação de uma operação militar sob o nome de “EXERCÍCIO ESPECÍFICO PLANEJAMENTO OPERACIONAL BALBOA”, realizado pela escola espanhola da Força Aérea em maio de 2001;

4 – Os documentos que segundo Chávez foram obtidos mediante ajuda dos serviços de inteligência, encontram-se na Internet acessíveis a qualquer pessoa que queira deles tomar conhecimento, e têm o caráter de Classificados Didáticos;

5 – “Seu” Chávez manteve, fraudulentamente, a audiência norte-americana do programa Nightlina da ABC News, quando fez a denúncia de um provável plano norte-americano para invadir a Venezuela;

6 – Além de ter mentido ao povo venezuelano e ao mundo inteiro, ao apresentar como uma “sinistra conspiração” contra a Venezuela um plano que não era senão um simples exercício de simulação de uma operação militar, o patético e espalhafatoso Hugo Chávez graciosamente nos oferece sua cara para bater e nos dá motivos sobrantes para escarnecer das mentiras comunistas.